CNV: Como Criar Conexão Humana e Aplicá-la no Trabalho

Comunicação Não-Violenta: Muito Mais do que um Método, uma Revolução Interna

Você já tentou aplicar a Comunicação Não-Violenta (CNV) e acabou sentindo mais frustração do que conexão? Muitas vezes, ao seguir um método estruturado, esquecemos o verdadeiro propósito: a conexão humana. Neste artigo, vamos explorar como ir além das técnicas e criar vínculos autênticos e empáticos tanto na vida pessoal quanto no ambiente de trabalho.

O Que é Comunicação Não-Violenta?

A Comunicação Não-Violenta (CNV) é uma prática de diálogo que visa transformar conflitos em conversas empáticas, focando em conexão genuína e entendimento mútuo. Baseada em princípios como a observação sem julgamento, a identificação de sentimentos, o reconhecimento de necessidades e a formulação de pedidos claros, a CNV é uma abordagem poderosa para melhorar a qualidade das nossas interações.

O Desafio de Aplicar a CNV na Prática

Se você já tentou aplicar a CNV no dia a dia, talvez tenha ouvido algo como: “Lá vem você aplicar essa técnica comigo!” ou sentiu resistência do outro lado. Isso acontece porque, muitas vezes, ficamos presos ao passo-a-passo e esquecemos o verdadeiro propósito da comunicação: a conexão humana.

Aplicar a CNV não é sobre seguir uma receita pronta. É sobre criar um espaço onde a curiosidade sobre o outro floresce, onde o diálogo não é um campo de batalha, mas um terreno fértil para explorar as diferentes perspectivas.

Menos Verdades Absolutas, Mais Hipóteses

O verdadeiro desafio da CNV é desconstruir nossas próprias crenças. É deixar de lado as certezas absolutas e adotar uma postura de humildade e curiosidade. Como se fôssemos investigadores em busca de entender, comprovar ou refutar as hipóteses que temos sobre o outro e sobre as situações.

Para fazer isso, precisamos olhar para dentro. Precisamos encarar nossas limitações, nossas emoções, e todas aquelas barreiras internas que nos impedem de nos conectar de verdade com o outro.

Ilustração destacando a transformação da Comunicação Não-Violenta (CNV), focando na conexão humana, autoconhecimento e desconstrução de crenças para criar relações mais autênticas e empáticas.

Como na imagem que compartilhei, onde o dinossauro pergunta se está muito fundo, e o outro responde “bate no pescoço,” percebemos que a perspectiva de cada um é única. A minha verdade pode não ser a mesma que a sua.

Reconhecendo as Necessidades Reais

O que percebo mais e mais em minha jornada, e na de tantas mulheres que acompanho, é a tentativa de criar vínculos nas relações colocando as próprias necessidades em segundo plano. Afogando a voz interior que diz o que é realmente importante no momento presente.

Hoje, compreendo que ignorar minhas necessidades não cuida de mim, não cuida da relação e, na verdade, aumenta a tensão entre nós. Ser autêntica é ter clareza das minhas emoções, expressá-las em sua totalidade, mesmo que isso signifique me arriscar ao conflito.

Porque é nesse risco que encontro a verdade, é ali que a mágica acontece — quando tanto eu quanto o outro podemos nos vulnerabilizar, nos escutar de verdade.

Desconstruindo a Estrutura Rígida da CNV

Muito do meu processo de autoconhecimento começou com a prática da não-violência, e logo aprendi que estar fixado em um método nos faz perder a própria essência da não-violência. Não se trata de seguir uma fórmula, mas de estar atento e presente, buscando a melhor maneira de cuidar das necessidades de todos os envolvidos. Quando ficamos presos a uma estrutura, estamos, na verdade, engessando a nossa capacidade de resposta e bloqueando a nossa própria humanidade.

Estar verdadeiramente presente exige que abandonemos a necessidade de controlar o resultado. A não-violência, em sua essência, é um espaço experimental, onde todas as formas de ser e agir são acolhidas. Se estivermos fixados em um modelo rígido, corremos o risco de não ver que essa estratégia não está cuidando das necessidades de todos os envolvidos, transformando o que deveria ser uma prática de conexão em uma barreira à criatividade e à adaptabilidade.

A Aplicação Prática da CNV no Ambiente de Trabalho

No ambiente de trabalho, essa flexibilidade é ainda mais crucial. É comum que líderes e equipes tentem aplicar a CNV de forma mecânica, seguindo as etapas como se fossem regras absolutas. Mas a verdadeira comunicação não-violenta no trabalho não é sobre suavizar conflitos ou apenas cumprir uma formalidade. É sobre criar um espaço onde as pessoas se sintam ouvidas, vistas e respeitadas em sua autenticidade.

Minha perspectiva é que, ao aplicar a CNV no trabalho, precisamos nos tornar curiosos investigadores, interessados em entender as reais motivações e sentimentos dos nossos colegas. Quando lideramos com essa abertura, permitimos que os diálogos difíceis se tornem oportunidades de crescimento, em vez de arenas de confronto.

Uma comunicação autêntica e não-violenta no trabalho é aquela que abraça o conflito como uma chance de criar algo novo. É aceitar que, às vezes, expressar raiva, frustração ou medo é necessário para que possamos, juntos, construir uma base de confiança e respeito mútuo. Assim, abandonamos a ideia de que a não-violência é sobre suavidade e percebemos que é, na verdade, sobre honestidade e a coragem de sermos verdadeiros.

Conclusão: A CNV como um Caminho de Autodescoberta

Se você deseja realmente aplicar a CNV na sua vida, comece por dentro. Questione suas certezas, abrace a incerteza e transforme cada conversa em uma oportunidade de autodescoberta. Pergunte-se: quais são as suas necessidades? O que seu coração e corpo estão sentindo? Ter essa clareza é o primeiro passo para ser autêntica e, assim, criar vínculos mais profundos e verdadeiros.

Afinal, a verdadeira comunicação não-violenta não é sobre dominar uma técnica, mas sim sobre se conectar de alma para alma, compreendendo que a sua verdade pode não ser a mesma que a do outro.

Quer saber mais?

Gostou desse artigo? Se você quer aprender mais sobre como aplicar a Comunicação Não-Violenta e transformar suas relações, explore nossos programas de mentoria e descubra como desenvolver uma comunicação mais empática e autêntica. Compartilhe nos comentários suas experiências com a CNV e suas reflexões sobre o tema!

Publicado dia 11/10/2024

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